A idade adulta no Ocidente
Há coisa de dez anos, no primeiro de Maio costumava ir fazer um piquenique para a serra algarvia, na zona de S. Brás. Era o melhor dia do ano, melhor que o Natal (!) ou o o primeiro dia das férias grandes. Voltavamos para casa com espinhos cravados na carne que demoravam semanas a ser rejeitados pelo corpo. Apanhávamos constipações por termos andado dentro dos riachos com água pela cintura e tinhamos marcas nas costas de passar um par de horas a conversar em cima de uma árvore já nossa conhecida. Voltava a casa tão cansado que adormecia em cima do jantar e só acordava na manhã seguinte.
Hoje vi-me à rasca para sair de casa. A serra de S. Brás fica a mais de mil kilómetros, o sol insiste em prestar serviços apenas em Portugal e tudo o que há para fazer é enjoativamente urbano.
Estas coisas fazem-me sentir derrotado. Quando estava sentado em cima da tal árvore há dez anos atrás jurava que nunca ia parar de fazer piqueniques no primeiro de Maio. Agora chego a sentir que nem devia ter sido feriado porque teria alguma coisa para fazer.
É a idade adulta no ocidente...
Life has always been a pretty song
And pretty loud
You're so beautiful
Why is it fading out?
I don't want to live forever
But as long as I do
I'd love to live for real
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