Biolokos

Em Outubro de 2001 um grupo de "crianças" do secundário foi praxado na FCUL. Em Janeiro de 2005 surge o Blogspot desta geração de Biólogos que, certamente, conquistará o mundo. Este é o nosso diário.

fevereiro 19, 2005

O Meu Precioso Voto

Amanhã é dia de eleições.
Estamos no início de 2005 e temos que escolher um governo novo. Mas aqui a palavra "escolher" é só para enganar, eles já foram escolhidos nos respectivos congressos dos partidos e dos 10 milhões de portugueses o menu foi reduzido a 5 potenciais primeiros-ministros mais uns quantos daqueles partidecos que ninguém conhece (mas que têm tempos de antena capazes de rivalizar com um filme dos Monty Python).
Se excluirmos esses "partidos menores", as opções reduzem-se a: uma direita, dois centros (que se confundem) e duas esquerdas.
Na direita não voto: qualquer partido que diz que "é pela vida" e faz lutos pela morte da Irmã Lúcia (esse ícone nacional), por muito competente que possa parecer, não vai levar apoio meu. Se esta gente tem muito peso corremos o risco de nos tornarmos uma teocracia, e isso seria mau para a economia porque os árabes iam-se sentir plagiados e deixavam de nos vender o petróleo.
Na outra ponta da régua estão as esquerdas. Há a esquerda pré-histórica que, lamentavelmente, ficou presa nos gloriosos anos 70, ainda vê tudo a preto e branco e acha que o Júlio Isidro é um grande apresentador. São pessoas simpáticas (se exlcuirmos quele fulano que disse que a Coreia do Norte era uma democracia), mas não acho que vá votar num partido cujos militantes pintam murais onde representam ceifeiras e operários de macacão azul, coisa que deixou de ser fashion há muitos anos. A contrastar está a esquerda que é bué fashion! Eles lêm livros grossos e sem bonecos e usam óculos com armação de massa preta. Tomam banho mais vezes que os pre-históricos e têm os ideais actualizados: falam de ganza e sexo. Mas não mandam uma pra caixa. Fazem uma pessoa sentir-se culpada por não dar 90% do ordenado aos países onde há fome e acham que são o Robin dos Bosques da política. E toda a gente sabe que o Robin dos Bosques era gay.
Sobram os centros. Um centro-direita e um centro-esquerda... perdão, centro-esquerda que apanha um bocadinho da direita. Ok, a sobreposição é tanta que ninguém os distingue. Os candidatos destes partidos são sempre tão parecidos que eu aposto que muitos votos que recebem eram supostamente para o adversário, mas o votante (ignorante e cheio de vontade de voltar pra casa) enganou-se na cruz. Mas seja como for, este vontante nunca vai perceber que se enganou, porque o partido de centro que vai para o poder vai ter posições e medidas tão parecidas à do outro partido de centro e o resultado final será o mesmo. A prova do que acabei de escrever é a alternância de governos dum e doutro partido, como que num equilibrio dinâmico estilo predador-presa.
E então, voto em quem? Dizem algumas pessoas que o voto em branco é um acto de má cidadania. Sobra-me a abstenção? Isso não, que eu não quero perder a hipótese de ter um cargo governamental e quero ver quem está nas mesas de voto este ano.
Isto dos votos é uma confusão.