Biolokos

Em Outubro de 2001 um grupo de "crianças" do secundário foi praxado na FCUL. Em Janeiro de 2005 surge o Blogspot desta geração de Biólogos que, certamente, conquistará o mundo. Este é o nosso diário.

março 08, 2006

Exército de Irmãs

Um organismo é uma ditadura. Cada célula vive apenas para o bem da comunidade e qualquer pensamento de individualidade é punível com a morte. Abraçadas entre si, formam canais gigantes de abastecimento de nutrientes e ar ou de excreção. Tocam-se levemente para criar uma rede que propaga as ideologias à velocidade da luz, recompensando os comprometidos e decapitando os revoltosos e os desnecessários. O braço da lei é musculado e intransigente, defendendo a comunidade dos invasores e perseguindo os egoístas.
Longe estão os dias em que olhavam apenas por si, nadando sozinhas em poças peganhentas, ora fugindo de repelentes, ora correndo para atraentes. Não foi assim há tanto tempo que experimentaram viver em comunidade, abdicando da sua polivalência e abraçando a especialização em nome da sobrevivência. Ainda hoje podemos ver estas tentativas mais ou menos bem sucedidas.
A célula do organismo morre orgulhosamente na sua função, vítima do próprio ácido que segrega. Morre sabendo que um exército de irmãs a seguirá cegamente. A célula do organismo cresce quando lhe é dito, segrega quando lhe é ordenado e sacrifica-se quando lhe é exigido. Nada há para além da sua função.
Os polícias de uniforme branco reagem também mecanicamente e sem medo, seleccionado os melhores soldados para fazer cumprir a lei. Defendem o organismo daqueles que ainda vivem sob o regime relaxado do individualismo e cujo sucesso implica a destruição do que lhes rodeia.
Os livres-pensadores são tratados como inimigos. Quando uma célula ignora a informação que a une ao sistema e decide viver em função de si própria é prontamente iniciada uma guerra. O império vence quase sempre, mas casos há em que um livre-pensador destrói o império.
A ditadura é calculista. Não abdicando dos seus ideias forma alianças interesseiras com alguns dos seus inimigos ideológicos, albergando alguns individualistas primitivos em troca de funções essenciais. Nenhuma célula questiona estas negociações já que funcionam para o bem comum.
E é neste balanço sólido que o organismo persiste, procurando reproduzir o seu estilo de vida antes que este se torne insuportável. Albergam o inicio de um novo reinado que ironicamente se inicia num só individuo.
O que inevitavelmente derruba o império é o dito por não dito. É não conseguir espalhar a ideologia eternamente sobre a sua população, que eventualmente morre.
Deprimidos e sobre-especializados, os membros do império caído são brutalmente destruídos por individualistas oportunistas e até mesmo por pequenas comunidades bárbaras.

Rodando o parafuso micrométrico uns níveis acima vemos então que estas comunidades perfeitas se organizam em comunidades imperfeitas. Onde o individualismo ainda impera. Onde a evolução ainda lima arestas à espera do comprometimento, da sobre-especialização e do suicídio em prol do bem comum.

março 03, 2006

Rambóia em Londres

E eis que surge mais um número da já famosa colecção "Rambóia em". Desta vez trago-vos a Rambóia em Londres, com participação especial de Pedro Rocha e Joana Vidigal. Ficam os registos.


(foto típica do turista lobotomizado)


(no bar do Rasta - "Salmon & Compass")´


(ainda no bar do Rasta - noite longa que acabou com Sónia, Max, Rocha e Joana a ir parar ao outro lado da cidade porque adormeceram no autocarro)


(há qualquer coisa estranha nesta foto, mas ainda não consegui perceber o que é... talvez o cabelo do Max)


(e eis que surge a melhor foto da semana, ou quem sabe até do mês! e apesar do aparente pessimismo, o senhor era na verdade muito simpático e, depois de nos explicar como o mundo estava a ser vilipendiado pela humanidade, disse-nos quais os melhores sítios para visitar em Londres).

E assim se vive. Com níveis de rambóia elevados no sangue (hiperramboiismo).