Biolokos

Em Outubro de 2001 um grupo de "crianças" do secundário foi praxado na FCUL. Em Janeiro de 2005 surge o Blogspot desta geração de Biólogos que, certamente, conquistará o mundo. Este é o nosso diário.

maio 21, 2005

Fotos que nunca deviam ter acontecido...


Aqui vai a mítica foto da BRUXA! Hahahah...

Esta foto foi tirada pela assombrada máquina de Maldoror.

maio 10, 2005

Operação Bigode: ascenção, queda e ascenção de um ritual

Estaline, Toni, Marx, Hitler, Quim Barreiros, Henrique VIII, Rosa Mota: todos eles possuem algo em comum que os distingue do resto da sociedade e que os faz sobressair como seres humanos de valor - o bigode.
O bigode é mais do que um conjunto amorfo de pêlos à espera de serem impregnados com um alimento liquido ou sólido. É mais do que a manifestação do desleixe social de uma classe de homens e mulheres rejeitados pela sociedade Kleineana. O bigode é uma filosofia de vida, uma forma humanista de encarar os desafios fustigadores da vida, uma medalha de honra, um bonsai e, acima de tudo, um conjunto amorfo de pelos à espera de serem impregnados com um alimento líquido ou sólido.
Tenho pena de ter nascido numa época de imberbérie. O bigode foi marginalizado e acusado de inesteticidade. Sofro secretamente por não poder povoar a minha região sub-nasal com másculos pelos.

Mas chega de introduções aborrecidas e anasaladas, que adormecem o mais hiperactivo leitor num tormentoso e monocórdico sono de trocadilhos e adjectivações compulsivas e enfadonhas... E lá ia eu outra vez.

Foi com este sentimento interno de revolta que alguns de nós, militantes da causa bigodácea, partimos para aquela que báptizamos de OPERAÇÃO BIGODE.
O plano era simples.

1. Juntar um grupo de jovens dispostos a fundar um movimento brevemente seguido por milhões e quiçá merecedor de franchisings religiosos.

2. Dirigir até a uma catedral de consumo e comprar nada mais nada menos do que um punhado de bons bigodes postiços.






3. Arrastar todos os fundadores e militantes do bigodismo para uma qualquer tasca/café/estabelecimento comercial que esteja a transimir um jogo do Sport Lisboa e Benfica.




4. Exprimir indignação, tecer comentários derrotistas e infundamentados, beber cerveja e mascar palitos são algumas das acções a ser levadas a cabo.



























Mas ao contrário dos planos do Esquadrão Classe A nem tudo corre como planeado. O que sucedeu é que no dia da estreia da operação bigode, o mítico 7 de Maio de 2005, o clube de todos os enbigodados perdeu com um tal de Penafiel. O caos e a desgraça abateram-se sobre os apóstolos do pêlo facial...




Tudo parecia perdido. Os pioneiros regressaram a casa abatidos e com a certeza de que haviam passado ao lado de um mundo novo de liberdade para todos os troços de pele facial. Lágrimas chegaram a ser vertidas.

Mas eis que se não quando, na segunda feira seguinte (dia 9 de Maio) se assistiu a uma verdadeira ressureição do bigode. Olhando em seu redor, os ateadores do bigodismo mal podia acreditar no que se passara. Milhares de seguidores se haviam juntado à causa, libertanto-se das correias castradoras impostas pelos tempos modernos. O bigode reinava finalmente!








Apenas há a acrescentar que o Benfica ganhou ao Sporting no Sábado seguinte, sedimentando a palavra dos pais do neo-bigode.

Nietzsche estava errado quando disse que o bigode estava morto...

maio 04, 2005

Pavões e outras futilidades

Darwin detestava pavões. Não havia animal que mais contrariasse a sua teoria da evolução por meio da selecção natural do que os pavões. Estas aves de aspecto amaricado arrastam uma incrível armação de penas de cores berrantes que expõem orgulhosamente. Darwin não compreendia tal futilidade evolutiva, cujo extremo levava um animal a perder a capacidade de voar e, consequentemente, de fugir dos seus predadores. Era como se este estúpido animal deitasse fora os milhões de anos de evolução que levaram à “concepção” do sistema de voo para ganhar uns pontos de extravagância. Darwin esqueceu-se de um factor importante no meio de tudo isto: as gajas.
A selecção sexual é a mais cruel forma de segregação. Não há campanha possível levada a cabo por uma ONG que consiga atenuar este método sadisticamente eficaz de eugenia. É ela a principal fonte de riqueza de personalidades como Calvin Klein – verdadeiros ditadores dos tempos modernos. A sua força de marketing é incomparável, vendendo iogurtes, roupa, ginásios, instrumentos ridículos de auto-tortura (alguns com capacidades electrocutantes) e toda uma vasta gama de items de consumo que prometem tudo aquilo que o sexo oposto (ou o mesmo sexo) deseja: carne rija e medianamente expandida, pele bronzeada (ainda que em risco de contraír um melanoma), cabelos sedosos e expressões faciais despoticamente determinadas pelas estrelas de Hollywood.
Mas é este o sistema que nos une e que nos rodeia e a prova da sua ominpresença foi o que me aconteceu há dias. Vindos da FCUL, eu e o Caiado fomos apanhar o metro à irritantemente simétrica estação do Campo Grande. Quando íamos a passar pelos moderníssimos portões de acesso (que estavam abertos, como sempre) lembrei-me de lhe contar um sonho que tenho e que vem desde o dia em que descobri como funcionavam os ditos portões. Eu guardo o meu cartão Lisboa Viva na carteira, e guardo a carteira num dos bolsos de trás das calças. O sonho consistia em passar a carteira pelo sensor sem a tirar das calças, ou seja, arrastando o glúteo pelo sensor. Rimos com a ideia. Em seguida, o Caiado propôs uma versão non-sense do meu sonho que era o de atirar a própria nádega com a carteira para cima do sensor, sem ter que saltar para cima dele com o resto do corpo. A única coisa que me veio à cabeça para responder a tamanha parvoíce foi, em alto e bom som, as palavras “GLÚTEUS FLACIDUS”. E foi o caos. A rapariga que seguia uns metros à frente tinha de facto uns “glúteus flacidus”. E pior, tinha-os revesitdos por umas calças semi-transparentes. Automaticamente a selecção que assombrava Darwin abateu-se sobre ela, que virou os olhos na minha direcção e me fuzilou com os mesmos. “Como é que aquele magricelas semi-careca horrível foi capaz de mencionar os meus colossais glúteos?”. O momento de tensão arrastou-se pelas escadas que dão acesso ao cais de embarque e terminou quando nos afastamos da rapariga. Foi comprometedor, mas ainda assim permitiu toda esta reflexão que espero que vos sirva de alerta para a próxima vez que mencionarem uma parte da anatomia humana num local público.

Darwin sempre preferiu os tentilhões.