Biolokos

Em Outubro de 2001 um grupo de "crianças" do secundário foi praxado na FCUL. Em Janeiro de 2005 surge o Blogspot desta geração de Biólogos que, certamente, conquistará o mundo. Este é o nosso diário.

junho 28, 2005

A Revolta das Rastas


Não é todos os dias que o cabelo de uma pessoa se revolta e dirige um golpe de estado contra o escalpe onde reside. Reparem na cara de incrédulo do líder deposto ao ver a tomada de posse agressiva, liderada pela Rasta Urticante. Poucos meses depois, Caiado viria a comandar uma limpeza étnica contra as Rastas Aliadas triunfando sobre o seu próprio escalpe. Posted by Hello

junho 20, 2005

Fotos que nunca deviam ter acontecido: PARTE II

Mais uma daquelas fotografias que nuca devia ter acontecido. Temos pena. Agora é tarde.

O dia em que eu conheci a Sara

Esta história com contornos mitológicos remonta aos primórdios da nossa vida académica. A acção decorre no degelo de Fevereiro de 2002, na nossa acolhedora Faculdade de Ciências, naquele período pós-exames em que as aulas recomeçam num enorme bocejo como o de quem fez uma directa e se prepara para mais um dia de trabalho. Nesta altura de indecisões a pessoa que se sentava ao nosso lado no anfiteatro do C8 podia deixar de aparecer, sugados pelo sonho da Medicina, da Farmácia, da Veterinária ou por outro curso socialmente aceite. As caras eram portanto voláteis e desfocadas e os grupos de amizade eram ainda bastante pequenos.
Tinha começado a cadeira de Biologia Animal II, que era dada por aquela professora que gostava tanto de furões como dos filhos e que tinha o hábito (na altura chocante para mim) de chamar os animais por “bichos”. Era uma das primeiras teóricas. Talvez a primeira depois da típica apresentação. Como se devem lembrar a matéria começava onde a Biologia Animal I acabava – nos moluscos.
Como sempre, eu estava sentado na 4ª ou 5ª fila, junto àquele janelão onde os pavões gostavam de se exibir lembrando-me que naquele caso as bestas do zoológico eramos nós e os visitantes eram eles. Ao meu lado estava o Alexandre. Na altura a sua vertente tecnocrata estava ainda adormecida limitando-se a fazer apontamentos manuscritos. À nossa frente estava uma rapariga de aspecto tresloucado, com cheiro a tupperware e o irritante tique de esfregar as mãos num pano. Claro que só reparei nisto depois do que aconteceu.
Introduzindo os moluscos, a professora perguntou (retóricamente, diga-se) o que queria dizer o nome “Mollusca”. A banalidade da pergunta e a sua mais que óbvia resposta não suscitou mais do que um bocejo na plateia. Mas não em toda as pessoas. A tresloucada rapariga da frente, como que movida pelas forças sobrenaturais do demo, ergueu o braço num pulo e gritou: “CORPO MOLE!”. Para terem algo como referência, o grito da rapariga foi apenas comparável ao grito do Ipiranga ou ao grito de liberdade de Sir William Walace no Braveheart (para quem não sabe, é aquele filme onde o Mel Gibson mostra o cu). Foi assustador! Uma onda de medo percorreu o meu sistema nervoso central e periférico e provavelmente o de todas as pessoas na parte mais anterior do anfiteatro.
Comentei com o Alexandre e sentenciamos que essa rapariga passásse a ser conhecido como “Corpo Mole”. A alcunha durou até sabermos que o seu nome verdadeiro era, nem mais nem menos, que Sara Silva.
Um beijinho para a Sara :)

junho 16, 2005

Escolha multipla

É uma da manhã e amanhã é dia de exame de Virologia. Estou profundamente irritado com a picuinhíce com que a professora faz as perguntas. Mais pelo facto dela ser tão profissional a dar aulas como o Higuita quando ainda o deixavam jogar em clubes a sério.
E ando por aqui a ver que a senhora mete perguntas de escolha multipla nos exames e lembrei-me porque é que sempre odiei este tipo de exames. O objectivo não é escolher a opção correcta, é escolher a mais correcta. Isto para não dizer que algumas perguntas tem opções em que nada está realmente certo! É irritante. Mas para mim o pior é quando surge uma coisa deste género:

José Estaline era:
a) líder do Partido Comunista Russo
b) líder do Partido Comunista Alemão
c) líder do Partido Socialista Russo
d) um exímio jogador de polo aquático

SERÁ QUE NUMA PERGUNTA DE ESCOLHA MULTIPLA AS OPÇÕES NÃO PODIAM FICAR LIMITADAS A UM SÓ TEMA? Que porra, hã...

Vou dormir... amanhã é dia de empalamento.

junho 10, 2005

Salto alto e calçada portuguesa...não combinam!

Bem, este é o meu primeiro post e nele resolvi retratar uma problemática que algumas mulheres sofrem e que só elas percebem...Tava eu toda cocó, bem vestida pra ir a um jantar quando tive a ideia (infeliz) de levar umas saldálias, muito giras, que ficavam a matar e que me permitiam ultrapassar 1,80m. Como tinha combinado, vim desde minha casa a pé até à FCUL daquela maneira... É claro que já descer a minha rua já estava a proferir mentalmente termos menos próprios para uma jovem como eu, vinda do norte.Mas decidi ser corajosa e pensei que a minha força mental era suficiente para ultrapassar o suplício e então continuei a minha tortuosa viagem pedestre!Enfim, para além de andar aos Ss, a tentar desviar-me dos buracos entre os paralelos para não enfiar lá o salto e dar um tralho no meio da estrada e, quando isso não corria bem, torcer os pés de vez em muito, quando cheguei ao destino os meus pés gritavam por socorro e diziam:"vai a casa troca de calçado, mete umas sapatilhas, caga na toillete pois não vais aguentar assim a noite toda"!Mas, como não tenho por hábito ligar muito ao que me dizem, decidi ser teimosa e fui nos meus saltos de 7 cm.É claro que depois dakele caminho os meus pés já não eram pés...e nunca mais voltaram ao normal mesmo após algumas horas de descanso.
O que aconteceu é que depois de ir à discoteca, onde não consegui dançar (obviamente), ao vir embora descalcei-me e vim pelo meio da rua até ao carro naquele estado...portanto, acho que me serviu de lição! Hoje, tou cheia de bolhas nos pés e como andei descalça, mesmo já os tendo lavado 3 vezes os pés continuam pretos!
Apanharem-me nos proximos tempos com 1,80m... nem que me paguem!

Obrigada ALEX!

Bem, ao fim de tanto tempo fiquei a perceber como se posta nesta coisa!!Mas sabes que isso de lembrar o nome...é complicado!E a password ainda pior!Enfim, coisas de gaijas!!! Beijokitas vegianas...

junho 07, 2005

Non-sense

Ele há pessoas que acham que a ciência é uma coisa séria. Para isso escrevem livros complicados, artigos ilegíveis com construções frásicas dignas do mais astuto poeta barroco, oram de forma altiva como se o fizessem directamente para deuses e têm uma particular necessidade de oprimir o humor científico alheio. Sim, porque está provado cientificamente que a ciência só avança pela mão de homens sisudos com óculos de massa colados com fita-cola castanha, que vivem sozinhos e que almoçam diariamente no centro comercial. Ou então não está, mas eles querem fazer crer que sim.
Seja como for, acho que seriam precisos muitos homens de óculos de massa para me oprimirem. A mim e a pessoas que não dispensam a boa da chalaça científica para aliviar a tensão. Se algum dia eu for ao tapete nesta luta contra a aridez mental tenho a certeza que muitos outros não irão e se forem, dirão a outros para continuarem a rir de palavras como “alfalfa”, “ácido fluororótico” ou “agamaglobulinemia”.

Isto tudo para contar uma história. Sim, que eu estou a desenvolver esta capacidade de fazer intróitos moralistas antes de começar a contar as coisas banalíssimas da minha vida. O que se passou foi o seguinte: estavamos nós numa aula de Biologia do Desenvolvimento Animal (cadeira leccionada pela vikingó-descendente mais simpática de todos os tempos) a falar do desenvolvimento dos membros. Claro que isto das biologias do desenvolvimento tanto dá para mostrar imagens muito bonitas como autênticos monstros da natureza que a única coisa que lhes falta para me tirarem o sono é fazerem parte dos Delfins. Num dos slides da aula apareceu a imagem que está no fim deste texto. Retrata uma doença genética que resulta na malformação dos dedos. Eu não sei o que é que vocês acham, mas eu acho que aquelas mãos ficavam a matar nalguém com uma cara asquerosa. Assim pra dar cenário.
Ok, lá estava eu a olhar para aquelas mãos disformes em cima do pano azul a tentar perceber como é que aquele gene indisposto tinha causado aquilo quando fui iluminado pela luz do humor non-sense científico. E se aquilo não fosse uma foto clínica com o aborrecido objectivo de documentar a anomalia mas sim UMA FOTO DE UM DUENDE MALIGNO A EMPURRAR UM UM POLÍCIA PARA UMA RAVINA? Vejam que bate tudo certo. As mãos estão encostadas às costas do polícia, cujo uniforme é azul. Sente-se a raiva do duende maligno nas mãos. Quase que dá para ver a berma da ravina. É a interpretação correcta! Claro que isto acarreta questões. Porque quereria o duende maligno empurrar o polícia? O facto de ser maligno justifica a distribuição indiscriminada de malicidade? Terá o polícia agido indevidamente? Estaria o duende apenas a defender-se? As dúvidas só acarretam mais dúvidas.

Resta dizer que não consegui tirar mais apontamentos de jeito nessa aula. Posted by Hello