Prémio Literário Fernando Catarino

Haveria iniciativa mais ajustada a este nosso blog?

Como é o mundo dos biólogos? Como é que a nossa vida se transforma assim que começamos a estudar estes mistérios fascinantes da vida, quando os ensinamos, quando os investigamos, quando fundamentamos nele o nosso mercado de trabalho? Há um pano de fundo especial, que nos alerta para o que os outros não vêm, e nos deslumbra com o que os outros não sentem, que vem estritamente da forma como a nossa aprendizagem, e depois a nossa vivência profissional, modelaram os nossos sentidos. Para a retransmissão desse mundo àqueles que não o conhecem, o melhor que podemos fazer é contar histórias. As nossas histórias, por pessoais ou ficcionais que sejam, estão sempre cheias de imagens de grandes savanas, noites à beira de lagoas, redes de morcegos, grutas, células, neurotransmissores, ultracentrifugadoras, ovos e espermatozoides de ouriço do mar, isso tudo que nos molda os dias. E seria bonito que os que não escolheram a nossa vida pudessem gozar-se, também, de todas estas visões especiais que o nosso caminho especial nos dá. É por isso que, com a direcção, coordenação e selecção de Clara Pinto Correia e a direcção editorial da Oficina do Livro, a Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias vai instaurar o Prémio Literário Fernando Catarino, procedendo à abertura nacional de aceitação de contos escritos por biólogos, com vista à publicação em livro da antologia Sinais de vida: contos de biólogos, pela editora Oficina do Livro.

PRÉMIO LITERÁRIO FERNANDO CATARINO

REGULAMENTO
1 – O Prémio Literário Fernando Catarino destina-se a divulgar o mundo da Biologia através da ficção e aceita originais de todos os que forem professores, alunos ou licenciados de Biologia
.
2 – A única obrigatoriedade do conteúdo dos contos a enviar é a referência a actividades de investigação em Biologia, ou utilização de dados referentes à área.

3 – Devem ser submetidos a concurso oito cópias do original, obrigatoriamente escritas em língua portuguesa.

4 – Os originais não podem exceder os 30.000 (trinta mil) caracteres, incluindo espaços.

5 – O prazo de entrega dos originais a concurso termina a 31 de Dezembro de 2005, devendo a entrega ser feita em mão ou pelos CTT, com verificação da data de carimbo, para o seguinte destino:
Marcelo Teixeira
Oficina do Livro
Rua Bento de Jesus Caraça,
171495-686,
Cruz Quebrada, Portugal.

6 –A acusação de recepção dos originais será feita por recibo emitido pela Oficina do Livro.

7 – A selecção preliminar dos 20 (vinte) melhores contos submetidos a concurso será efectuada por Clara Pinto Correia (Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias) e por um elemento a designar pela Oficina do Livro.

8 – O júri do Prémio Literário Fernando Catarino procederá à classificação de qualidade dos contos seleccionados numa escala de 0 a 5, resultando desta votação a escolha dos 10 (dez) contos que integrarão definitivamente a Antologia.

9 – O júri do prémio será constituído pelos seguintes elementos:Mia Couto – presidenteLuísa Costa GomesTereza CoelhoClara Pinto CorreiaUm elemento a designar pela Oficina do Livro

10 – A Antologia não será publicada se o júri deliberar que não foi possível reunir 10 (dez) contos com suficiente qualidade para a integrarem.

11 – À data da 1ª edição, cada um dos vencedores receberá 10 (dez) exemplares da Antologia como prémio.

12 – A abertura do concurso será publicitada por conferência de imprensa a realizar na Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias, bem como por anúncios na Comunicação Social.

13 – O anúncio dos vencedores terá lugar em Junho de 2006, através de conferência de imprensa a efectuar na Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias e por carta dirigida pela Oficina do Livro a cada um dos premiados.

14 – A Oficina do Livro assegura todos os custos de produção e distribuição do livro.

http://boletim.ulusofona.pt/detallhe.asp?idNoticia=129

Incêndios

Fiquei na cama até tarde, com uma indisposição geral que não conseguia explicar...A luz amarela que invadia o meu quarto dava a sensação de estar num mundo que não era o meu. A claraboia do tecto, que geralmente coloria de branco as paredes era laranja... Toda a casa era quente!Olhei para fora... as casas eram todas amarelas, o chão era amarelo...e o céu... deixou de ser azul... Este cenário fez-me lembrar o filme do Extreminador Implacável! Devem-se certamente recordar da cena em que o mundo belo, com crianças a brincar no parque é destruído... enfim, o dia de hoje trouxe-me essa cena da memória, que derepente me pareceu real. Talvez aqui estaria a razão da minha indisposição! Saí de casa para ter a noção do que se passava... Senti na pele um calor sufocante e no ar o cheiro a queimado...a pinheiro queimado... O sol estava rodeado por uma mescla de névoa de cinza que pinta o céu de laranja. Noutra situação esta poderia ser uma imagem bastante interessante e bela mas sabendo as razões que a fazem assim a sua beleza é fugaz! Até agora o sol continua vermelho...nunca o vi assim a não ser no pôr do sol. O mar azul escuro distingue-se de forma inquietante da atmosfera de cor quente... digo-vos que é assustador.

Após esta visão semi-filosófica das coisas...

Este cenário é resultado do incêndio que tem consumido estes 3 últimos dias a mata de Ovar. Pra quem conhece, é uma zona de grande interesse imobiliário mas também de grande importância para o ecossistema desta região. Hoje estou tremendamente triste e revoltada com esta situação que se vem a repetir ao longo dos anos... No ano passado foi o Algarve a região destruída pelo fogo e como agora para lá já estava tudo queimado decidiram acabar com o pouco verde que resta neste país (só falta o SCP!)! Mas o melhor disto tudo é que no ano passado os políticos que curiosamente agora estão no Governo soltaram críticas e ataques ao Durão Barroso e Santana Lopes acerca da tragédia que estava a assolar o país...O presidente Sampaio não se calou um dia... E AGORA? Quem reclama?Quem acusa?Quem responsabiliza? Ninguém tem coragem de assumir o rumo deste país como deve de ser! Quem me conhece bem sabe que não me costumo manifestar politicamente, não por não gostar de política, mas por gostar demais... por isso este post é uma excepção!

Agora, questiono-me e questiono-vos acerca do nosso papel enquanto biólogos, cidadãos e seres humanos no meio disto tudo. Agora que o canudo já está na mão, a cabeça enche-se com projectos, planos para encontrar forma de solucionar vários dos problemas da humanidade...enfim, tentar fazer algo de útil por esta humanidade e sociedade, pergunto-me para quê? Para algum doido a quem lhe pagam meia dúzia de euros deitar fogo a uma mata para que outros possam colocar mais betão?Para quê tentar descobrir coisas que nos ajudem a viver melhor se por outro lado destruímos o melhor que temos? Para quê andamos a estudar para proteger o homem quando ele só destrói a si mesmo e aos outros organismos?

Espero que um dia tenhamos a oportunidade de olhar para trás e dizer "Valeu a pena!"

As fotos foram tiradas as 17h, desculpem a má qualidade mas a web cam era o que estava mais rapidamente acessível!Mas infelizmente a cor é real!

Caras Lindas

Não, não é a equipa principal do Benfica. Esta foto vai valer ouro daqui a alguns anos. A ver se os sorrisos perduram. :)