Biolokos

Em Outubro de 2001 um grupo de "crianças" do secundário foi praxado na FCUL. Em Janeiro de 2005 surge o Blogspot desta geração de Biólogos que, certamente, conquistará o mundo. Este é o nosso diário.

outubro 29, 2005

Premonição?

Ele há pessoas que acreditam que há outras pessoas que conseguem prever coisas nos sonhos. Sonhos premonitórios, portanto. Confesso que o mais próximo que estive do esoterismo foi quando jogávamos a suecada pós-almoço nas caves da FCUL. Não eram bem as cartas da Maya mas reconheço que os meus poderes de adivinhação aumentaram.

Seja como for quero partilhar convosco um sonho que tive há coisa de duas semanas.
Eu passava sozinho numa rua perto da faculdade e reconhecia uma pessoa que falava ao telemóvel. Era o Tetina. Não vou esclarecer quem é o Tetina para proteger a sua identidade. Dito isto, se não conhecem de antemão o senhor nem vale a pena lerem mais.

Á medida que me aproximava do dito cujo, reparei que ele estava num tom queixoso. Diria até choroso. A unica frase que o meu produtivo e hollywooedesco sub-consciente me permitiu ouvir foi a seguinte.

"Fui despedido! Tu acreditas nisto mãe? Despedido! Estou desempregado"

Ainda gostava de saber quem é que escreve os guiões aqui dentro.

outubro 27, 2005

O que irrita mais os Europeus

Segundo uma estatística da "Reader's Digest" os Portugueses são o povo mais irritado da Europa, seguidos pelos Britânicos, e parece que os mais calminhos sãos Russos, Noruegueses, Suecos e Finlandeses.
Os Alemães não suportam os jovens que fazem skateboard na rua; na Hungria o que os realmente desespera é o desempenho da selecção nacional de futebol, estradas más, ruas com buracos e correio não solicitado; os Checos detestam embriaguês, crianças barulhentas e e-mails infectados com vírus; os Suecos gente que fala alto e trans portes públicos à noite; os Russos os anúncios na TV e os carros que passam por charcos e molham os peões; na Bélgica contestam a falta de pistas para ciclistas, pessoas que estacionam em lugares para deficientes e os media; na Dinamarca, por outro lado, detestam os ciclistas, pessoas que fazem estalar os dedos, música alta demais em bares, os reality-shows e casais a darem beijos na bicha do supermercado; os Finlandeses passam-se com muita coisa, como por exemplo, gente que se queixa dos ciclistas, fechos de correr que encravam, veículos limpa-neves a trabalhar à noite, velhinhas que esbarram connosco por trás com o carrinho de supermercado e pessoas que urinam na via pública; parece que nós nos queixamos mais das más maneiras e serviço dos funcionários públicos, do barulho e dos condutores sem civismo; os nossos vizinhos Espanhóis reclamam da imigração, das más maneiras e do desrespeito das regras; os Ingleses não gostam dos pombos, de pastilhas elásticas, de ciclistas que andam fora de mão e do mau uso dos guarda-chuvas que, segundo um homem, "as pessoas empunham como armas mesmo sem estar a chover"; na Suíça a má criação, a falta de respeito, e serem travados na rua para questionários sobre a irritação, não parecem ser lá muito bem tolerados; e por fim na Áustria os comboios cheios e atrasados e palavras em inglês nos anúncios.
Há ainda a dizer que mais de metade dos entrevistados passam-se com as embalagens de plástico invioláveis!
Tendo em conta isto até parece que os Portugueses são muito tolerantes!

outubro 24, 2005

Chocolate

Na Venezuela fazem telenovelas. Às vezes aborrecem-se das telenovelas e fazem manifestações que duram semanas. Outra coisa que eles têm bastante é petróleo e, como tal, o preço do combustível na Venezuela é mais barato do que a água. Isto significa que as pessoas podem ir de carro para as manifestações ou para casa ver as telenovelas.

Aqui no Reino Unido os chocolates são muito baratos. Já comprei chocolates mais baratos aqui do que em Portugal. Não são mais baratos do que a água, mas mesmo assim são muito baratos.
Só posso concluir que algures neste reino chuvoso há uma enorme plantação de cacau. Posso até imaginar poços de chocolate derretido como aqueles que víamos nas imagens em directo do Iraque. Mas doces.

Deixo-vos com mais este pensamento socio-económico.

outubro 22, 2005

Pimba!!!

Meus amigos..
.. estava eu indo pra uma fiesta mexicana em Bordeus de carro, quando pra animar o ambiente decidi fazer zapping pelas radios francesas. De repente, deixei me ficar estagnada numa radio k tinha um modo de falar um pouco diferente ao k estava habituada!! Porra.. era uma emissao em portugues!! :P
O locutor bem portugues com um belo sotake de Biseu dizia pra ouvintes: Boa noite comunidade portuguesa! ja de seguida prosseguiremos com Emanuel!!
Epah.. Grande Emanuel!! Ja fazias ca falta!!! :P

PS: pra kdo o gde dueto entre Tony Carreira e Julio Iglesias????

outubro 19, 2005

O Regresso de Noé!

Quando alguém que ir de um ponto A para um ponto B e no caminho começa a chover, essa pessoa pensa "Que azar do caraças! Porque é que não começou a chover antes de eu sair? Ou depois de eu chegar?".
Por outro lado, se antes de partir do ponto A já estiver a chover e, corajosamente, o caminhante se fizer à estrada sem receio de ficar ensopado e a meio do caminho a chuva parar, a pessoa dá por si a pensar "Que azar do caraças! Se eu tivesse esperado mais um bocado tinha saído quando a chuva parásse".
Claro que se entre o ponto A e o ponto B estiver sempre a chover, o hidrofilo caminhante pensará, quando chegar ao seu destino "Que azar do caraças! Apanhei uma chuvada que até me doem os ossos".

Ou seja, a chuva quando vem é só para chatear. Ou então é deus a brincar às cheias, às arcas e aos pares de animais.
Neste momento estará alguém já a dizer "Chuva? Eu adoro chuva. Isso para mim não é azar nenhum". Já os estou a ver a chegarem a casa com a mochila ensopada e com os cadernos ilegíveis, com a roupa colada ao corpo (qual membro de uma boys band) e com aquele odor a suor diluído em chuva.

Isto para contar que hoje apanhei uma bela chuvada. Entre o ponto A e o ponto B, claro.


outubro 17, 2005

Log Phase

Lembram-se da curva de crescimento das bactérias? Para os possuidores de memórias mais voláteis a imagem abaixo trata-se de isso mesmo.

De certa forma, a adaptação a um país novo é como esta curva. Começamos por um período latente, onde a saudade ainda pesa, onde a comida sabe mal e o clima é deprimente. Felizmente este período passa e entramos na "log phase". Eventualmente o novo país não tem nada de novo para oferecer e mostrar e aí vamos nós pela fase estacionária ou até de morte. Mas isso é outro capítulo, felizmente longínquo.

Tal como as diferentes estirpes, a "lag phase" pode variar. Eu posso dizer que ao fim de 3 semanas começo finalmente a sentir que isto é a minha nova casa. O céu nublado é chato, mas só assim é que um céu azul tem mesmo valor. Já me conformei com o facto das melhores refeições serem aquelas que cozinhamos em casa. Os Corn Flakes podem não saber tão bem com o Chocapic, mas no fundo servem para o mesmo (e acabam no mesmo sítio). A libra vai ficando cada vez mais parecida ao euro, pelo menos na minha cabeça. A RTPi lá vai mostrando os resumos dos jogos e notícias que nos são totalmente irrelevantes, mas que sabem bem ver (afinal de contas, não é todos os dias que abre um novo lar em Vila Viçosa). Enfim, isto está a ir ao lugar.

Este sábado fomos a uma "homewarming party" na casa duns portugueses. Era um casarão enorme muito bem decorado e com um jardim de fazer inveja á Amazonia. Na verdade aqueles portugueses vivem num ghetto - todos falam português (obviamente), têm TV cabo portuguesa, comem bacalhau com natas e cospem onde lhes apetece. Esta ultima condição pode não ser totalmente verdade. Seja como for, a festa foi muito boa com cerca de 1oo pessoas (segundo os organizadores). A bebida também era fresquinha e vitaminada, mas valeu-me uma ligeira indisposição na manhã seguinte.

Pelo Hospital, fiquei hoje a saber que no próximo fim-de-semana vou ter que lá ir trabalhar. O que é sempre bom... :

outubro 11, 2005

Tu tens muito jeito pra isto!


Nós, embriões da biologia, que agora começamos a nossa vida na ciência propriamente dita estamos neste momento numa fase que pode ser comparada ao momento em que os Gnus bebés nascem e tentam andar logo a seguir, mas aos trambolhões. Eu cá não sou nenhum Gnu porque nem tenho pelos nas costas, mas vá lá.

Ontem estava a preparar os géis para os Westerns de quarta-feira (ao que parece o Clint Eastwood vai lá estar) e a minha orientadora italiana mostrou-me como se montava o aparelho. "Pões este vidro aqui, depois estes coisos e... já está. Queres experimentar?". Aqui o Gnu não desperdiça oportunidades e joguei as minhas manápulas. Montei aquilo como se fosse Lego e com um surpreendente à vontade. Tanto que ela disse "Tu tens muito jeito pra isto!".

Quando olhei para o lado para agradecer deixei cair aquilo na mesa, que cruelmente se desmontou como um esqueleto velho.


...coiso...

Do you feel lucky, punk?

outubro 03, 2005

Castoriensis in nomine est

Eu sei que isto já tá cheio de fotografias nossas mas há uma que foi especialmente tirada para todos vocês que nos acompanham lá em casa e que gostam de castores...

E para quando um Partido dos Castores?

outubro 02, 2005

7 dias em Londres

E fará amanhã, por volta das 11 horas, uma semana exacta desde que pusémos os pés em solo inglês. Está portanto na altura de fazer um apanhado das coisas.

Chegámos de manhã a Heathrow, apanhámos o autocarro pra Londres e fomos até à pousada deixar as bagagens (coisa levezinha por sinal). Demos um primeiro passeio na zona de Notting Hill e decidimos ir ver uma das casas da nossa lista. Comprámos o passe semanal do autocarro (que anda assim perto dos 17 euros) e fomos até East Acton nesse belo transporte público. Há a acrescentar os preços exorbitantes do metro (ou "tube") que afastam qualquer pessoa de carteira média dos subterrâneos londrinos.

Encontrámos a casa à primeira e eis que se não quando, era o alojamento ideial. Perto do Hospital (25 min a passo de caracol), relativamente barata (£70 per week), com contas e internet wireless incluída! Além disso é uma casita bem internacional: o dono é um sérvio-descendente nos seus 27 anos e trabalha como web-designer; um casal de sul-africanos bem dispostos e amigos da cerveja; dois brasileiros que trabalham num net-café e um alemão que passa TODO o tempo livre a ver TV (mas diz sempre "hello!" com muita vivacidade quando entramos em casa). É portanto uma casa grande e com um belo jardim nas traseiras para enterrar cadáveres. Já agora, aqui fica a morada:

Long Drive Road, Nº71,
W3 7PJ
East Acton
London, UK
Com o assunto da casa tratado e um passe semanal na mão, o resto da semana foi passado a ver esta cidade monumento. Vimos tanto em tão pouco tempo que não dá para fazer uma cronologia certa, mas andámos perto de coisas como: o Big Ben, o Parlamento, a abadia de Westminster, Trafalgar Square, St. James Park, Palácio de Buckingham, St Paul Cathedral, a City, Hyde Park, South Kensington, Holland Park, blá blá blá...
Ou seja, fizemos uma espécie de missão de reconhecimento.
Supostamente eu colocaria algumas fotos disto (nada que nunca tenham visto de qualquer forma) mas descobri que o Picasa só deixa meter uma foto de cada vez e não estou com cabeça para tar a desvendar os segredos disto agora. Fica para depois...
E pronto, amanhã de manhã começa a nossa vida laboradora. Devagar primeiro, com as "safe inductions" e com a leitura de artigos.
Saudações Londrinas do Veliça e da Beatriz
PS - tirámos fotografias ao lado de um castor empalhado no Natural History Museum. Posso morrer em paz.